quarta-feira, 28 de março de 2007

EDUCAÇÃO NA CIDADE SEM ALMA

Estamos a viver um sonho ou um pesadelo?

Ou então, quem sabe, como ALICE, atravessamos o espelho cortante e entramos numa dimensão onde se desconhecem as Leis da Física e da Matemática।

Talvez tenhamos dado um salto quântico e nem nos apercebemos...
Ou então, o salto foi para o Reino da Dama de Copas...Dama de Copas ou de Ferro? Sei lá!

A coisa está tão doida que não sabemos onde estamos...um caos...coisas implícitas e explícitas ao mesmo tempo।

Diante desse paradoxo nos resta lembrar tempos indeléveis onde se buscavam ideais mais elevados e princípios mais coerentes para a construção de verdades, ainda que relativas; tempos em que o céu ainda era azul e claro...e o sol brilhava idéias quentes e alaranjadas।

No abismo da Dama de Ferro há uma luta entre máquinas e homens. Ela quer tornar os homens duros como o ferro, sua natureza peculiar, e obedientes como ovelhas.

O céu foi destruído e o sol encoberto. Predomina a escuridão que cega e a mecanicidade que padroniza, sem piedade. Os pensamentos são fictícios, maquiando-se com totais qualidades.

Onde estão as belas construções? Tornaram-se meros barracos poluindo a paisagem.

Onde estão os construtores, cheios de maestria? Tornaram-se criaturas mecânicas, com ganas de empreender sonhos e com o ferro bruto, fazer engenhocas em séries multiplicadas.

Ai de ti, que não segue o coelho branco até a Dama de Ferro...Ai de ti que acorda desse sonho coletivo
“___ cortem-lhe a cabeça!”, escutam-se os ecos de seus gritos à distância.

Este sonho coletivo e padronizado é um projeto, é um programa para fazer de ti, para fazer de nós, uma máquina adormecida: sem razão, sem sentimento, sem criatividade...apenas alguns movimentos controlados pelo laboratório da poderosa dama, sem estágio probatório.

Seu intuito é fazer acreditar que esse sonho, é a verdadeira realidade. E nesse estado ficamos a zumbizar fantasias, deixando de lado a imaginação que cria e desperta, que cria e elucida, que cria e mostra a verdadeira vida, o autêntico viver.

Isso é qualidade ou degeneração?

Novamente o paradoxo!

Diante desse impasse o que nos resta fazer?

Tomar a pílula vermelha ou azul?

Ficar passivos e adormecidos ou buscar o despertar?

Sonhar fantasias desconexas ou enfrentar os agentes da Dama de Ferro e lutar?

Continuar como zumbis incorporando a natureza do ferro ou buscar a senhora LIBERDADE através da REVOLUÇÃO DA PRÓPRIA CONSCIÊNCIA?

Não sejamos mornos, temos apenas uma escolha!



ELIZABETH

terça-feira, 27 de março de 2007

COMO UMA ONDA

Como diz o poeta “Nada do que foi será do jeito que já foi um dia”. Até mesmo a forma da terra já não é mais a mesma.

Tudo está em processo de transformação, e nós, míseros humanos ainda acreditamos na permanência das coisas ou nas peripécias externas dos nossos próprios eus.

Nesse momento tão conturbado pelo qual a humanidade passa, o próprio eixo da terra deslocou-se, comprometendo seus movimentos, imperceptíveis aos olhos humanos, alheios às consequências dos próprios atos.

Consequências essas, cada vez mais intensas, demonstrando claramente que toda ação tem uma reação e que agora as reações estão em cadeia.

Imaginamos sempre que as coisas demoram para acontecer. A impressão que se tem, é que seria loucura imaginar coisas terríveis...coisas terríveis só habitam a imaginação criativa dos seres humanos.

No entanto tudo está surgindo... Não o suficiente para transformar as nossas consciências, pois se assim fosse, tomaríamos medidas drásticas para mudar esse contexto tão assustador.

Penso / sinto que o momento seria ideal para mudar nossos conceitos e nossa maneira de pensar. Nossos atos poderiam ser revertidos para que a própria Natureza pudesse nos perdoar por tantos delitos contra ela.

Mas, ao invés disso, cada vez mais agredimos tudo a nossa volta, derramando tanto sangue que o pó da terra já não consegue mais absorver tantos líquidos preciosos.

Penso / sinto, que o momento seria o ideal trabalhar sobre nós mesmos, de forma mais intensa e recuperar nossa consciência perdida para reverter o destino da humanidade.

Mas, ao invés disso nos entregamos ao vão materialismo e as atividades fúteis onde o nosso adormecimento se faz mais visível e embriagante.

Penso / sinto que poderíamos, com força e coragem, combater todo o mal que assola o planeta, relegando-o a um matadouro, onde exala o mau cheiro, a doença, a peste e a dor.

No entanto, nos entregamos passivos às ações dos que manipulam folgadamente, num gesto de redenção ao contrário.

Penso / sinto que poderíamos realizar a Grande Obra para vencer o próprio corpo físico, para superar todas as inferioridades de uma forma eficaz e bela.

No entanto nos entregamos à luxúria e aos deleites da lua negra numa atitude servil.

Penso / sinto, que poderíamos trabalhar pela humanidade doente para tentar recuperar aqueles que ainda querem sair dessa roda de samsara...Dar o salto quântico, pois agora sabemos, com os últimos acontecimentos que a matemática não é tão exata assim, mas a grande matemática da Lei é Absoluta em sua Relatividade.

Sabemos agora, depois de tantos acontecimentos estranhos, que o tempo está se modificando cada vez mais.

Os humanos necessitam de grandes tragédias para compreender pequenos fenômenos e assim mesmo, passado alguns segundos, que não existem, voltamos a adormecer após o choque.

Por mais choques que tenhamos, ainda não é o bastante para acordar desse sono letárgico.
Caminhamos como múmias paralíticas, isto é, múmias sem vida, sem vitalidade, paralisadas pela ignorância e pela escuridão. É uma caminhada sem rumo, pois não há consciência e nem entendimento das coisas.

Uma vida fútil, onde nem sequer nos lembramos de quem somos ou o que estamos a fazer por aqui, pois nessa confusão, acreditamos que estamos aqui para comer, beber, dormir muito, reproduzir vidas sem sentido e mais adormecimento e depois morrer de uma forma sem nexo sem saber por que...

Tudo isso vale a pena?
Diz o grande poeta “tudo vale a pena, quando a alma não é pequena” Qual é o tamanho da nossa alma?


ELIZABETH

segunda-feira, 26 de março de 2007

MEU ESTRANHO OBJETO DE DESEJO





Para nós, insensatos seres, possuir sensações é prazer demais...

Expressá-las é arte pura... Sentir, é gosto misturado à loucura...

Tentar explicar tudo isso é o próprio caos cristalizado em formas, cores, som e luz. E nunca será compreendida e dissecada, no sabor exato...

Mas nós, tresloucados, usamos e abusamos o verbo para fazer da carne, o tremor da alma; para fazer do sangue, o líquido etérico...

E descrever uma trajetória espiralada sem fim.

Fico imaginando então, como seria dominar o verbo intensamente e dos seus sons surgissem verdadeiras cores e não essas, que maya produz.

E ao falarmos, pudéssemos sentir os movimentos e a essência expressando naturalmente, sem nenhum esforço, numa fluência cadenciada...apreciando o auspício do momento.

Mas, sempre fazemos de conta que sabemos aquilo que nem imaginamos...

Seria loucura afirmar que não, pois os “instintos” nos apontam brechas indecifráveis...

E por isso nos perdemos na febre vã de entender, no ócio vil da filosofia.

Por isso, prezado objeto, a distância entre o branco e o negro é pura ausência de percepção.

Entre o salto e o repouso é a descrição no espaço infinito.

Entre as minhas mãos e as tuas é o desejo e a morte...

Desejo de tocar a cor amarela em mãos delicadas e a morte em olhos abissais, transformando sensações em distâncias.

Uma alquimia desconectada...e plagiando Buñiel, suas mãos, “esse estranho objeto de desejo”

ELIZABETH

domingo, 25 de março de 2007

MELANCOLIA

Aos poucos vamos perdendo a noção de tudo.

Caminhamos como autômatos pelas curiosas estradas da vida.

Encontramos outros autômatos e com eles seguimos a mesma direção dolorosa.

Para onde vamos? Já me cansei de perguntar, de buscar e não encontrar ou de encontrar aquilo que não busquei.

Culpar o mundo? Culpar a humanidade? Culpar as Leis do Universo? Por quê, se dentro de nós estão toda sorte de culpas, de enganos, de tudo. enfim, que nos trás melancolia...

Nos perdemos dentro de nós mesmos, como num labirinto.

Caminhamos como máquinas cansadas de procurar uma saída desse lugar enigmático.

É cruel caminhar indiferente.
O ar quente que bate nos nossos semblantes sugere tantas vontades;
No entanto, ficamos silenciosos, sóbrios e perdidos. Perdidos na escuridão.
A escuridão de não sentir mais o gosto e as cores e não vibrar com o sentir.

Talvez seja doentio pensar pelos sentidos e não pelo espírito...Mas são tantos "talvez" que nos perdemos no meio deles. E nesses "talvezes" poderemos chegar ao infinito e não chegarmos a nós mesmos...ao infinito de possibilidades.

Gostaria de esquecer quem sou, mas tenho pena de me tirar esse prazer de ser eu e mais ninguém...

É belo ser único, insubstituível e indefinível para nós mesmos...Mesclada a essa beleza, a melancolia...

ELIZABETH