SIMBOLOGIA
O mundo está impregnado por símbolos que são universais, locais e particulares. Universal porque transcende o espaço e particular por estar ligado a uma época específica.
A linguagem simbólica é enriquecida de imagens que foram dispostas e analisadas sob o ponto de vista da alquimia, filosofia, alegoria, enfim, desencadeando diferentes teorias e interpretações, mostrando a busca incessante do ser humano em dar significado aos seus atos, tentando desvendar os mistérios ocultos da linguagem.
O ser humano busca na Ciência, na Arte, na Filosofia e no Místico o significado para todos os fenômenos. E essa busca, enriquecida ou empobrecida pela razão e pelo sentimento, vem abrindo as portas para uma nova visão de mundo no momento atual, onde se considera todos os aspectos da realidade se interagindo.
Desde os primórdios dos tempos, o símbolo vem sendo usado pelos seres humanos para expressar os seus comportamentos e atitudes, demonstrando com isso, certa plasticidade e flexibilidade tanto quanto uma rede de neurônios que se juntam e se espalham num movimento contínuo.
Os povos primitivos pisavam em símbolos e suas vidas estavam fincadas neles, o tempo todo. Suas ligações eram tão fortes como o paradoxo entre a vida e a morte num eterno conúbio. E criavam os seus micro-universos interligando, através dos símbolos, ao macro-universo.
Desde os hieróglifos egípcios até a mitologia grega, o poder e a força do símbolo, de maneira clara, agia sobre a sociedade e fazia uma ponte entre o mundo visível e invisível.
E vem caminhando desde a idade média, o Renascimento, o Barroco, até chegar à época atual, de forma incisiva. A única diferença é que os seres humanos atuais estão se desligando ou se distanciando cada vez mais do mundo simbólico por seu excesso de racionalismo e mecanicidade. Como diz Marilena Chauí “A linguagem simbólica leva-nos para dentro dela, arrasta-nos para seu interior pela força do seu sentido, de suas evocações, de sua beleza, de seu apelo emotivo e afetivo”.
O excesso de racionalidade provoca uma reação contrária, afinal, quando algo se instala e permanece por algum tempo, a tendência é decadência do mesmo, o que beneficia o outro lado da questão. Com isso, pode-se afirmar que o racionalismo está dando os seus últimos suspiros em nossa sociedade hiper moderna. Estamos à beira de um colapso, o que favorece o outro lado, isto é, já vem brotando no seio da sociedade uma busca desesperada pelos símbolos que estavam a se perder no tempo e no espaço, mas nunca se perdeu dentro do nosso inconsciente. Prova disso, podemos constatar em pleno século XXI, um ato real e ao mesmo tempo simbólico da derrubada de duas torres, que causou tumulto em todo o planeta modificando comportamentos e transformando a vida dos indivíduos, porque buscam entender o que está por trás de tudo isso. Entender um ato simbólico que causou a morte de muitas pessoas desencadeando uma guerra que vem perdurando. A sociedade e os indivíduos estão perplexos diante de tantos atos simbólicos que carregam em si e fora de si.
Elizabeth de Souza.
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