quarta-feira, 28 de novembro de 2007

AS PALAVRAS TERMINAM EM MIM...


E de tudo isso que acontece com a gente, não há o que pensar, nem sentir e nem mesmo tomar alguma atitude coerente...ficamos à mercê do tempo que não existe ou dos nossos vazios tão cheios de coisas incompreensíveis.

Imagino que poderia sair dessa lama e virar uma lótus, mas estou cansada de todas as tentativas e já me cansei de procurar outras tantas que talvez conseguisse... Não apago e nem queimo, não acendo e muito menos me ascendo...fico esperando o fogo me queimar INTEIRA e virar poeira cósmica...

Quisera poder dormir de vez, já que ando sonolenta, mas o resquício de lucidez é um tormento constante... agora até entendo Nietzsche e aquela sua maldita ponte por onde não ia nem vinha....que droga!

Talvez eu fique esperando uma interferência externa já que cansei de esperar de mim... Talvez deva esperar algo fora de mim, já que esse é o único ato não realizado... será que tornou-se prepotência saber que tudo reside em mim, que tudo termina em mim e que nunca tive saída por outro lugar?
Estariam todas as minhas concepções equivocadas? Bom, se assim for resta alguma esperança? Ou seriam apenas devaneios de quem vive a devanear?

Será que preciso quebrar mais alguma coisa? Será que ainda resta algum pedaço para ser esmigalhado e está escondido nos recôncavos de mim?

Não sei se vou ou fico... Imóvel diante de mim... Esperando a palavra mágica brotar da minha boca... Ela, que a tudo varre, a tudo move e a tudo mexe... E dá movimento na ordem e no caos.

Elizabeth

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

DIANTE DO IMPROVÁVEL



Diante do improvável nos deitamos em camas de faquires, só para mostrar que as perfurações sangram....E que toda aquela história que não vai doer nada, é tudo balela...É tudo historinha para boi dormir... Bois e gente também.

Afinal o que gente tem melhor do que boi? Até hoje, não descobri essa superioridade natural... Bom, mas eu sou suspeita para falar disso, pois adoro os animais, principalmente os felinos... E sabem por que? Porque eles são muito espertos e ficam bem longe de gente... Ficam só observando esses seres de duas patas e espreitando até o momento de devorá-los, afinal, menos um significa mais um.

Mas também acho que gente não é melhor do que as plantas, pois uma rosa vermelha, com cheiro original é bem mais interessante do que gente fútil... Falando em pessoas fúteis, essa semana, observei um comentário muito interessante sobre isso: um cearense disse que prefere conversar com uma linda velhinha com alma de poeta, do que qualquer “patricinha” linda por fora e vazia por dentro...hahaha, ele é da legião estrangeira... Pode?

Bem, mas voltando aos umanos, também acho que eles não são melhores do que pedras... Afinal, ao caminhar por lindas estradas de terra e ao avistar uma que brilha, pinta um desejo de colecionar os brilhos... Nossa, que êxtase!!! E pensar que um diamante corta qualquer vidro e até aço... Um diamante é inconquistável! As pedras vão se polindo e se transformando sempre em coisas mais interessantes... Apesar de que os umanos também se transformam, temos que admitir, mas em coisas não tão interessantes assim... Mas gostam de grafites nos muros do mundo... Vivem grafitando tudo.

Bom, acho que estou falando mal de umanos, não posso esquecer que sou uma... ai,ai,ai, que sina!!!

Elizabeth

terça-feira, 13 de novembro de 2007

SÍMBOLOGIA


SIMBOLOGIA

A Simbologia representa tudo aquilo que não é concreto, isto é, o símbolo evoca o que é abstrato, o que está ausente. Como diz, Rubem Alves, “É a presença de uma ausência”.

O mundo está impregnado por símbolos que são universais, locais e particulares. Universal porque transcende o espaço e particular por estar ligado a uma época específica.

A linguagem simbólica é enriquecida de imagens que foram dispostas e analisadas sob o ponto de vista da alquimia, filosofia, alegoria, enfim, desencadeando diferentes teorias e interpretações, mostrando a busca incessante do ser humano em dar significado aos seus atos, tentando desvendar os mistérios ocultos da linguagem.

O ser humano busca na Ciência, na Arte, na Filosofia e no Místico o significado para todos os fenômenos. E essa busca, enriquecida ou empobrecida pela razão e pelo sentimento, vem abrindo as portas para uma nova visão de mundo no momento atual, onde se considera todos os aspectos da realidade se interagindo.

Desde os primórdios dos tempos, o símbolo vem sendo usado pelos seres humanos para expressar os seus comportamentos e atitudes, demonstrando com isso, certa plasticidade e flexibilidade tanto quanto uma rede de neurônios que se juntam e se espalham num movimento contínuo.

Os povos primitivos pisavam em símbolos e suas vidas estavam fincadas neles, o tempo todo. Suas ligações eram tão fortes como o paradoxo entre a vida e a morte num eterno conúbio. E criavam os seus micro-universos interligando, através dos símbolos, ao macro-universo.

Desde os hieróglifos egípcios até a mitologia grega, o poder e a força do símbolo, de maneira clara, agia sobre a sociedade e fazia uma ponte entre o mundo visível e invisível.

E vem caminhando desde a idade média, o Renascimento, o Barroco, até chegar à época atual, de forma incisiva. A única diferença é que os seres humanos atuais estão se desligando ou se distanciando cada vez mais do mundo simbólico por seu excesso de racionalismo e mecanicidade. Como diz Marilena Chauí “A linguagem simbólica leva-nos para dentro dela, arrasta-nos para seu interior pela força do seu sentido, de suas evocações, de sua beleza, de seu apelo emotivo e afetivo”.

O excesso de racionalidade provoca uma reação contrária, afinal, quando algo se instala e permanece por algum tempo, a tendência é decadência do mesmo, o que beneficia o outro lado da questão. Com isso, pode-se afirmar que o racionalismo está dando os seus últimos suspiros em nossa sociedade hiper moderna. Estamos à beira de um colapso, o que favorece o outro lado, isto é, já vem brotando no seio da sociedade uma busca desesperada pelos símbolos que estavam a se perder no tempo e no espaço, mas nunca se perdeu dentro do nosso inconsciente. Prova disso, podemos constatar em pleno século XXI, um ato real e ao mesmo tempo simbólico da derrubada de duas torres, que causou tumulto em todo o planeta modificando comportamentos e transformando a vida dos indivíduos, porque buscam entender o que está por trás de tudo isso. Entender um ato simbólico que causou a morte de muitas pessoas desencadeando uma guerra que vem perdurando. A sociedade e os indivíduos estão perplexos diante de tantos atos simbólicos que carregam em si e fora de si.

Elizabeth de Souza.